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Acredito que um livro deve conquistar o leitor logo em suas
primeiras páginas, prendendo sua atenção e instigando sua curiosidade sobre
como a obra irá se desenrolar. E assim foi com A Morte de Sarai, primeiro
livro da série Na Companhia de
Assassinos, de J. A. Redmerski,
autora do best-seller Entre o Agora e o
Nunca.
A história é narrada em primeira pessoa pelos dois
personagens principais, os quais vão se alternando entre os capítulos para
apresentar o seu ponto de vista dos eventos. Assim, vamos conhecendo a protagonista,
Sarai, que passou nove anos de sua
vida longe de casa, refém de um traficante de drogas e mulheres no México. As
coisas começam a mudar para ela quando Victor,
um assassino profissional, cruza seu caminho e ela enxerga nele sua chance para
escapar do cativeiro.
Até então, parece uma trama um tanto clichê: ele, um homem frio
e meticuloso; ela, uma garota assustada e traumatizada; e, entre os dois, um "amor impossível" que evidentemente começa a nascer. Porém, o que torna isso
apenas um detalhe é a forma como são descritos os acontecimentos. A violência apresentada torna a narrativa
mais crua, mas sem parecer de forma exagerada. O erotismo – muito bem trabalhado, por sinal – é outro ponto a favor da protagonista, tirando-a do posto
de menina ingênua que não sabe nada da vida.
Além disso, a relação
entre Sarai e Victor é outro elemento que faz com que a leitura seja interessante.
Os dois têm muita coisa em comum, ambos tiveram sua infância roubada e
cresceram moldados por um ambiente hostil, que os transformou em pessoas
totalmente diferentes do que seriam, caso tivessem uma vida comum. Victor
muitas vezes se assusta com o quanto a garota é parecida com ele, e teme que
ela siga por um caminho sem retorno, como ele o fez.
Dessa forma, A Morte
de Sarai é uma obra que tem vários aspectos a serem considerados além do
que pode parecer previsível. No final das contas, o leitor consegue chegar
facilmente ao seu desfecho e ficar ansioso pelos próximos livros da série.