quinta-feira, 22 de maio de 2014

Antes de Dormir: um quebra-cabeça mental

Uma nova vida todos os dias. Esse é o mundo de Christine Lucas em Antes de Dormir, romance de estréia de S. J. Watson.  Todas as manhãs, ela acorda sem saber quem é, onde está e quem seria o homem dormindo ao seu lado. Cabe a Ben, seu marido, a obrigação de explicar tudo para que ela não se sinta perdida e confusa. Para se recuperar, ela começa a escrever um diário, encorajada por um médico com quem se encontra em segredo. No entanto, se surpreende com uma de suas próprias anotações ao ler a seguinte frase: ``Não confie em Ben``. A partir daí, somos apresentados a um conjunto de peças que formam o quebra-cabeça da memória fragmentada de Christine. Quais lembranças são reais? Em quem realmente confiar?

Essas e outras perguntas vão surgindo a medida que vamos lendo o diário da protagonista. Sua história é contada de forma que acompanhemos a produção desse registro e o resgate de alguns flashes do passado dela. É interessante como cada revelação vai nos mostrando uma possível faceta da personagem e nos colocando em dúvida sobre a veracidade dos fatos. Obviamente, uma história como essa não poderia ser narrada de outra forma senão em primeira pessoa, o que se encaixa perfeitamente. Desse modo, somos apresentado a um importante elemento: a intuição. Essa característica da personagem torna-se, de certo modo, um personagem a parte tendo em vista a forma como ela enxerga o mundo por conta de sua doença. Mesmo sendo uma obra de caráter ficcional, vale ressaltar aqui que as histórias contadas nesse livro são inspiradas em fatos reais como a vida de diversos pacientes amnésicos.

Sobre as páginas de seu diário, pode-se dizer que elas vão muito além de um simples registro do cotidiano da personagem. Conhecemos não só o cotidiano de Christine como também seus sentimentos em relação a tudo. Não há monotonia, o que certamente pode ser considerado um ponto muito positivo. Por causa disso, vale destacar o modo como a personalidade dela se desenvolve durante o progresso de recuperação de suas memórias. E tudo isso torna o desfecho da história bem mais interessante e envolvente.

Talvez alguns trechos possam ser considerados desnecessários durante a narrativa, mas não é nada que atrapalhe a leitura como um todo. O suspense existe e vai crescendo mesmo em doses pequenas durante a narrativa. Sendo assim, acredito que para ter uma boa leitura desse livro seja preciso ter paciência e, ironicamente, boa memória. 


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